domingo, 27 de junho de 2010

LEMBRANÇAS DA MOGYANA






Um belo conjunto de construções está localizado no antigo leito da Ferrovia, escondido numa  rua paralela à João Pinheiro, logo após a Estação.

Visitar aquele local é relembrar os gloriosos tempos em que a Estação Ferroviária era centro de convergência de pessoas e mercadorias. Funcionários moravam junto à estação desde que as máquinas eram a vapor -nossas "Maria-Fumaças"- fato comprovado pela existência de raras caixas d´água centenárias (foto 3) para abastecer as ocomotivas. Algumas casas tinham até "garagens" (foto 5) servidas por pequenos ramais de trilhos, na verdade local de paradas de troles, veículos para movimentação de cargas ou trabalhadores. As pontes de ferro com base de pedra estão perdidas, como aquela que há junto à Cadeia Municipal, na qual se lê a data "30-7-44" e o logo "CM", de Companhia Mogyana, em belíssima gravação em relevo na pedra (foto 1).

A casa do Chefe da Estação e do Mestre da Linha (foto 4) eram imponentes, pois essas denominações de cargo eram quase um título de nobreza. Tudo isso com o aval inicial de ninguém menos que Dom Pedro II, que veio pessoalmente inaugurar o Ramal de Caldas da ferrovia.

O patrimônio que você vê nas fotos acima pode se perder se futuros projetos de trânsito em Poços não forem cautelosos, especialmente o de fazer uma avenida no leito da ferrovia. As residências da vila ferroviária em boa parte tem condições de manutenção precária. O reservatório de água, ostentando placa de identificação das "Officinas" da Companhia Mogyana, datada de 1908, virou abrigo para noitadas de romances nada românticos.

Se a Estação, que está à vista de todos, foi objeto de um serviço de recuperação muito mal executado em 209/2010, o que poderá acontecer com o patrimônio que está escondido da visão cotidiana?

É preciso pensar no futuro, sempre. Mas já passou da hora de respeitarmos para valer o passado da velha ferrovia.
 
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