terça-feira, 11 de janeiro de 2011

30 ANOS DE MONOTRILHO


Três décadas depois, tempo mais que suficiente para constar em qualquer memorial da cidade, o Monotrilho de Poços de Caldas tornou-se verdadeiro pesadelo para moradores e autoridades do município, impactando negativamente numa das mais bonitas cidades brasileiras. Em 20 de agosto de 1981 a Câmara Municipal aprovou -e o prefeito Ronaldo Junqueira sancionou- a lei 3.119, que autorizou a concessão, mediante concorrência pública, para exploração de transporte de massa, por via elevada, com prazo de concessão estabelecido em 50 anos, sem possibilidade de prorrogação.
  
A lei, ainda em vigor, assegura que, ao final desses 50 anos (2031), a totalidade do Monotrilho passa a integrar o patrimônio municipal, "em perfeito estado de uso e conservação". A lei estabeleceu que para a construção da via elevada o prefeito poderia instituir servidões administrativas ou promover desapropriações, além da concessionária e suas empreiteiras terem isenção fiscal de impostos municipais por todo o tempo de duração das obras.
  
Nunca concluído, prestes a festejar Bodas de Pérola, o Monotrilho de Poços de Caldas ficou na promessa, com extensão muito menor que a ideia inicial, que era de 30 km. Para agravar o panorama, em 2003 parte da estrutura desabou, e permanece até hoje incompleta.
   
" 'Ou se conclui o projeto ou se derruba', advoga vereador", foi o título de uma entrevista publicada em junho de 2002. O vereador era o então petista Paulo César Silva, hoje prefeito da cidade, que em 2009, já como chefe do executivo eleito por outra legenda, o PPS, disse em entrevista ao jornal Mantiqueira: "eu não posso simplesmente chegar ali e tomar qualquer atitude em relação a esse equipamento", logo após ter "desafiado" os proprietários do Monotrilho a colocarem o equipamento em funcionamento como presente de aniversário à cidade, naquele ano.
  
A composição pode ser visitada no centro da cidade. Tal como na foto acima, permanece parada há anos.
  
Clique nas imagens do Memória de Poços de Caldas para ampliá-las.
  

4 comentários:

Da-Ré, Eduardo disse...

amigo Caruso, estas desenvolvendo a leitura de mentes? hoje mesmo eu pensei nesse horroroso monstrengo que assombra nossa cidade e ao abrir seu blog, deparo com essa postagem....o que vamos fazer com o inútil monotrilho da maneira como está?
abraços

Anônimo disse...

É o monotrilho, é o VLT de Campinas, será o teleférico do morro do Alemão (?)... o fato é que pegar "novidades" estrangeiras e aplicar pequenos exemplos no Brasil já virou tradição. Claro que completamente fora do contexto e de um plano maior, como os originais... O monotrilho e o VLT levam o nada a lugar nenhum, implantados só porque lá fora parecem bons e legais. O teleférico, baseado no de Medellin, não tem as várias paradas culturais e educacionais para ligação social das encostas ocupadas... é ver no que dá e esperar o "pequeno" exemplo da próxima novidade...

Rubens Caruso Jr. disse...

E pensar que no começo dos anos 1960 já havia um monotrilho em funcionamento na Disney...

Rafael disse...

Ainda motivado pelo debate na rádio na ultima segunda feira (12/3/2012)e pra não desvirtuar o assunto do trem túristico trouxe essa postagem pra ca...

andei barafustando a net em busca de respostas sobre o assunto,e achei uma fala bastante interessante:

''O projeto é errado, não foram feitos calculos das forças do veiculo em movimento, fato este que levou a um descarrilamento recente, não foram feitos estudos sobre o propulsor, por isso o trem atual leva um enorme e pesado motor diesel em vez de um elétrico, não foi feito estudo do projeto do veiculo, assim não existe sistema de ventilação para dias quentes, não foi feito estudo de viabilidade econômica, nunca se soube ao certo a quantos passageiros este projeto iria servir...''

Achei bem interessante...em 1993,fiz uma especie de passeio promocional no monotrilho com a turma do colégio,e me lembro que a composição fazia um barulho terrivel em movimento (de rodas chiando) e parecia uma casca de ovo voadora!

Ainda lembranças de moleque,lembro de varios ''protótipos'' das composições equipadas com rodas de corcel velho paradas na avenida e outro ja sucateado num galpão que se não me falha a memória era próxima a ponte que da acesso a avenida gentil messias...sera que da pra inferir que a composição é um grande mico de projeto e que teria de ser refeito a partir do zero?

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Memória de Poços de Caldas é um trabalho cultural, sem fins lucrativos, e democrático. Aqueles que quiserem se comunicar diretamente com o autor podem fazê-lo pelo email rubens.caruso@uol.com.br .