segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

AS MÃOS DO MESTRE


"Mario Seguso, nascido na ilha de Murano, Veneza - Itália, em 1929, descende de uma das mais antigas e famosas famílias de mestres vidreiros, estabelecidos desde 1300, em Murano.
 
A Família Seguso encontra-se inscrita no “Livro de Ouro de Murano”, por ordem da Sereníssima República de Veneza, desde sua instituição, juntamente com outras famílias da ilha, igualmente ligadas à arte do vidro, adquirindo assim os direitos, os benefícios e as prerrogativas reservadas aos nobres.
 
Mario Seguso estudou no Instituto de Arte de Veneza, especializando-se em “design” e gravação em cristal, com os mestres Guido Balsamo Stella e Carlo Scarpa.
 
Em 1954, Mario foi convidado para executar peças especiais para a comemoração dos 400 anos da cidade de São Paulo. Encantado pelo Brasil, escolheu Poços de Caldas para se estabelecer, dando continuidade a sua genealogia em terras mineiras.
 
Fundou a Cristais Cá d'Oro, executando um trabalho sério, artístico no mais alto nível, conquistando o reconhecimento em todo território nacional e no exterior. Após anos a frente de sua empresa, preparou também sua continuidade através de seus descendentes. Hoje seu filho Adriano está a frente da organização, seguindo a tradição secular da família Seguso.
  
Mario Seguso mantém a essência da tradição dos séculos de experiência da sua família, porém sua arte revela forte influência das cores, cultura e tradições brasileiras.

 Dentro da filosofia européia, na qual foi educado, Mario Seguso esquiva-se das improvisações e modismos passageiros, entendendo que o objeto criado deve, por si mesmo, afirmar-se e ser julgado após uma séria análise sobre as características nele contidas, não só da parte artística mas também das limitações técnicas e os mistérios que o vidro oferece".
  
Mas há outras artes na vida do "Seo Mario", entre elas algumas charges preciosas que ilustraram postagens do blog Viva Poços! -relembre-as clicando aqui, aqui, aqui e aqui
  
É dele o livro "Os Admiráveis Italianos de Poços de Caldas", que relata, depois de profundo trabalho de pesquisa, a saga da colônia italiana em Poços de Caldas. Entre muitas passagens interessantes, um relato impagável sobre alguns fazendeiros locais: "não eram assim tão valentes, pois não gostavam de contratar colonos do sul da Italia. Dos calabreses então procuravam ficar afastados pois estes reagiam de tal forma que o administrador da fazenda, encarregado deles, preferia encontrar-se em frente a uma onça esfomeada, a enfrentar a possibilidade de ter um dia que correr de um calabrês que o perseguisse com sua faca na mão. Ainda hoje, calabrês é sinônimo de gente que não brinca". Conversar com Seo Mario é sempre uma aula. Dele por exemplo foi possível ouvir: "certas pessoas se referem a mim como 'o italiano', ignorando que sou muito mais brasileiro -passei a maior parte da minha vida no Brasil", ou "minha arte, muito mais que Murano, é arte brasileira".   
     
Clique nas imagens do Memória de Poços de Caldas para ampliá-as.
  

1 comentários:

AnaCristina disse...

:-)

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