quarta-feira, 12 de outubro de 2011

PATRIMÔNIO HISTÓRICO X POLÍTICOS SEM LIMITES

Quando o assunto é preservação do patrimônio histórico em Poços de Caldas, parece que o inferno é o limite.
   
Dia desses, ao passar diante da Estação Mogyana, notei certo movimento no armazém vizinho, no qual funciona um projeto da Secretaria de Promoção Social: estava sendo feita uma repintura (foto abaixo) da fachada daquela parte da construção. Cheguei até a pensar no atendimento de minhas preces pela recuperação decente de todo aquele complexo (por preces entenda amigo leitor o "enorme" movimento quase solitário que teve início em 4 de agosto de 2011, quando protocolei na Seplan, ao Condephact, o pedido de tombamento de todo o remanescente da Ferrovia, para o qual ainda não houve qualquer resposta, mesmo parcial). Nada disso.
   
Tratava-se de mais um "tapinha" promovido pela ocupante da Estação Ferroviária, a Prefeitura de Poços de Caldas, que ali instalará, na parede da fachada, uma placa de "divulgação", provavelmente do chamado "Projeto Futuro" -nome muito apropriado para quem vem jogando o passado da cidade no lixo. Detalhe: a Estação, tombada como patrimônio histórico da cidade, pertence ao Governo Federal.
   
E aí, mais uma vez, o Condephact passa a mão na cabeça da prefeitura, essa criança riquinha e mimada, que faz e desfaz de sua própria história, como se interessasse apenas o amanhã. Desnecessário filosofar sobre o ontem formando o hoje, o que vale é deixar o nome, a logomarca na placa. Afinal, ano que vem tem eleições e é preciso colocar o bloco na rua. Um bloco de esfarrapados, claro, tal como a calha que se observa à direita da mesma imagem abaixo, já mostrada aqui e que, em vez de reparada, foi simplesmente cortada. Padrão de serviço porco inigualável, e que encontra muitos paralelos em diversos bens históricos municipais. Será que o primeiro escalão municipal usa essas "técnicas" em suas próprias casas?  
  
Furemos as paredes históricas, pois. Interfiramos na visualização do prédio clássico tombado, sempre. Não por coincidência, de Raul pego o "Faz o que tu queres pois é tudo da lei. Da lei". Da lei do momento, da conveniência, do interesse do particular sobre o público. Muros sobre o leito tombado da ferrovia comprovam essa tese.
Clique nas imagens do Memória de Poços de Caldas para ampliá-las.
  

2 comentários:

AnaCristina disse...

sem cometários

Rafael Ferreira disse...

Ao notarmos que o carro estacionado sobre o piso da estação sequer é oficial,podemos inferir que ja funciona ali o ''rotativo da prefeitura''...

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