terça-feira, 13 de março de 2012

MOGYANA: ÍNTEGRA DO DEBATE NA RÁDIO

Confira como foi o debate realizado na Rádio Difusora, cujo tema foi a reativação do ramal ferroviário de Poços de Caldas visando a implantação de um Trem Turístico.

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Clique nas imagens do Memória de Poços de Caldas para ampliá-las.
"Povo que não conhece sua história está condenado a repeti-la".

9 comentários:

Alex Leão disse...

É realmente "um alento" saber que o secretário de turismo não está nem aí para o prefeito... Significa no mínimo que a municipalidade está à deriva, com seus secretários tomando o rumo que desejarem, ainda que divergentes do comando maior (prefeito). Poços, uma cidade essencialmente turística deveria abraçar com todas as forças a idéia de um trem turístico! Campinas, que está longe de ter os "dons" naturais de Poços opera um trem turístico dos mais bem sucedidos do mundo. Fico imaginando tudo isso em Poços! Seria certamente a cereja do bolo de Poços!
Muito se falou sobre o trem em Poços ser um "romantismo". Se fosse, qual seria o problema? O que estes senhores não sabem, mas deveriam saber, é que TURISMO É ESSENCIALMENTE UM ATO ROMÂNTICO! Pessoas fazem turísmo por romantismo! Ninguém gasta dinheiro com o grande supérfluo que é o turismo, se não estiverem emocionalmente envolvidas com o local!
Caruso, você dominou o debate meu amigo. Mostrou muito mais conhecimento de causa do que quem obrigatoriamente deveria ter. O mais difícil você já fez (e vem fazendo) que foi elaborar o projeto. Está fácil agora a prefeitura abraçar a causa e finalmente criar o que provavelmente será o trem mais charmoso do Brasil!

Rafael disse...

Vendo a argumentação do secretário,me vem a mente um hipotético equivalente seu a uns 30 anos atras,quando a cidade se deparava com o problema do Polytheama:''precisamos fazer algo pelo prédio,vai desabar'' diriam os romanticos;''Talvez seja bom que desabe,afinal o centro da cidade tem uma grande demanda de vagas de estacionamento pra carros,vai ser um beneficio pra população'' diria esse equivalente...

Parabens a voce,Caruso,que demonstrou domínio do assunto e iniciativa muito alem do que compete ao cidadão;não sei qual o alcance tem esse programa,mas espero que suficiente pra fazer as autoridades corarem de vergonha!

Rafael disse...

Sobre o Monotrilho:

Nasci em 83,o Monotrilho data de 1972 salvo engano,de modo que ignoro quais sejam as intenções originais do empreendimento...imagino que fosse ligar o centro da cidade até os bairros mais distantes ou algo do tipo.

Pois bem,se isso foi suficiente tocar o projeto adiante,como pode estar parado no cenário atual?Hoje,por pura sorte talvez,o famigerado monotrilho liga o terminal de linhas urbanas ao terminal rodoviário e tambem ao estádio e a um shopping...na minha humilde opinião,ele seria mais útil hoje do que quando foi projetado!Que problema operacional é esse que supera as vantagens de sua utilizaçãoe justifica esse elefante branco parado e suas estruturas ruindo?

O monotrilho é item notório da cidade,ja vi em diversos fóruns pessoas que o associam diretamente à imagem da cidade...sendo assim,ja que ele está lá e não tem como se livrar dele,porque não colocar pra funcionar?

Carmen Lúcia Junqueira Arantes disse...

Caruso,

seguem algumas colocações:

ESTRUTURAL X LINHA FÉRREA

1.1 – O Plano Diretor atual realmente prevê a implantação de uma via Estrutural sobre a atual linha férrea, para o tráfego de veículos. Mas esta proposta está sendo questionada e tem grandes chances de ser revista no processo de revisão que está em curso.

1.2 – Insistir na implantação desta Estrutural é altamente questionável. Significa manter o olhar para a predominância do transporte poluente sobre rodas, e talvez individual sobre coletivo. Temos que voltar nosso olhar sobre novas formas de transporte coletivo, ambientalmente sustentáveis, que estão sendo implantadas em cidades de vanguarda no planejamento urbano. E é possível resgatar o transporte turístico, aliado ao transporte coletivo, ambos sobre trilhos.

PAPEL DO CONDEPHACT

2.1 – Muita responsabilidade tem sido atribuída ao CONDEPHACT. Cabe lembrar que este Conselho é formado por voluntários que se dispõem, de forma abnegada, a se reunir uma vez por mês para tratar de assuntos relacionados ao Patrimônio, assuntos estes oriundos de demandas vindas do Executivo.

2.2 – À época em que fui presidente da antiga Diretoria do Patrimônio Histórico, existia dentro da Secretaria de Planejamento o DPA (Departamento de Preservação Ambiental) que se dividia em dois setores: Divisão de Patrimônio Natural e Divisão de Patrimônio Construído. Cabia a este Departamento, a implantação e execução das políticas de governo para esta área.

2.3 – Àquela época, o DPA já não suportava as demandas da cidade. De lá para cá, não tenho notícias de que sua estrutura tenha melhorado. Partindo do princípio mais simplista de que a carga horária da Prefeitura foi drasticamente reduzida, pressuponho que a tendência foi de piora na capacidade de atendimento às demandas de uma cidade que cresce junto com seus problemas.

2.4 – Precisamos, urgentemente, cobrar uma reestruturação de nossa Secretaria de Planejamento. Precisamos de mais técnicos, de suporte e de mais infraestrutura (espaço, equipamentos, tecnologia, etc.). A pouca importância que tem sido dada, há vários governos, ao planejamento de nossa cidade, tem jogado a responsabilidade inerente ao Poder Executivo sobre os Conselhos (CONDEPHACT, CODEMA, COMDURT).


Por fim, parabéns, Caruso!

Você colocou de forma clara e objetiva os anseios de parte significativa da população, que percebe que a cidade está saindo dos trilhos. Herdamos uma cidade ímpar de nossos antepassados. E com toda a tecnologia de que dispomos, temos obrigação de ao menos manter suas qualidades. E não estamos vendo isto acontecer.

Denis W. Esteves disse...

Caruso,
Parabéns pela forma profissional e correta com que se portou no debate. Ficou nítido o que já era perceptível com relação à Secretaria de Turismo e Cultura e ao Condephact, ou seja, o despreparo total dos que encabeçam esses órgãos, e o escasso interesse público que reveste suas ações. É lamentável que alguém que ocupe uma cadeira de secretário aja tão notoriamente contra os objetivos que deveriam ser por ela defendidos, e ainda tenha a arrogância de se colocar acima das diretrizes e posições do prefeito, autoridade maior do município e justamente quem designou tal pessoa para a função. Não menos lamentável é o presidente de um conselho de preservação do patrimônio histórico e cultural vir a público dizer que o mais importante patrimônio da cidade, uma vez que tudo se fez ou se viabilizou em função da ferrovia, não tem importância, e ainda fechar os olhos para a degradação e o mau uso desse patrimônio, inclusive legalizando uma reforma danosa feita a área de abrangência do tombamento, cujo autor foi ele mesmo (aprovou um ato irregular praticado por ele mesmo).
A população precisa ficar mais atenta aos atos do poder público e cobrar soluções que atendam de fato aos interesses públicos. O prefeito precisa mostrar a que veio e tomar medidas com relação à afronta que lhe foi feita publicamente por uma pessoa nomeada por ela para desempenhar um cargo de confiança. Se ele não tem pulso para fazer o seu secretariado seguir suas diretrizes, como pode esperar que a população lhe confie os destinos da cidade por mais um mandato?

bernardo baethgen disse...

caro rubens. ouvi o programa inteirinho. programa otimo!! voces ai de poços estao de parabens por terem uma radio assim.
vamos la.
creio que a tal via estrutural nao ser algo importante, relevante a cidade. o espaço chamado leito ferroviario foi criado para ser uma FERROVIA. ponto. por se tratar de um leito ferroviario feito ha mais de cem anos, e necessario compreende-lo como tal. um espaço a ser preservado. nao falo somente em estaçao, objetos materiais, mas o traçado da ferrovia. isso tambem e importante. nesse contexto podemos citar os pontilhoes e os pilares da mogyana. so vou dizer uma coisa a respeito de uma consideraçao que o sr. secretario do turismo fez: pode haver convivencia entre automovel e trem sim! quem quiser comprovar isso basta observar o que acontece na cidade de cachoeira, na bahia. la ha o famoso "rabicho" ferroviario, que e na verdade a rua manoel vittorino; uma rua cujo centro e ocupado pela linha ferrea.
a questao de poços e que nao ha por que fazer isso. em minha opiniao, depois de ouvir tudo. acho perfeitamente factivel o trem turistico e o trem de passageiros campinas-poços sim! como o trenzinho turistico funcionara aos fins de semana e feriados e como o trem convencional tera horarios certos, e plausivel a convivencia dos dois. se na estaçao bauxita ha desvios e outras linhas, chamadas de auxiliares ou de espera, quando estiver em operaçao o trem turistico, o outro pode passar por uma dessa linhas e seguir ate a estaçao de poços. outra coisa. na estaçao de poços onde ha o famigerado barracao ha tambem, sob ele alguns desvios - as linhas de espera de que ja falei - e e perfeitamente possivel a recuperaçao dessas linhas, voltando a forma original, tal como podemos ver na foto de fabricio machado storto, dos anos 80, tirada de dentro do patio da estaçao, nota-se duas linhas auxiliares, paralelas a linha da plataforma ( foto no site estaçoes ferroviarias de ralph giesbrecht). porque nao fazer uma outra plataforma no mesmo estilo da plataforma da estaçao, em frente a essa, para servir ao trem turistico, enquanto a outra ficaria preferencialmente para o trem comum? podemos vislumbrar o que digo atraves da foto de rafael correa, de 1993, no site estaçoes ferroviarias de de ralph giesbrecht. a ideia do trenzinho, que num arroubo de prepotencia vou batiza-lo de "trenzinho do caipira" em homenagem a villa-lobos, e fabulosa!!! e nao se trata de trem turistico vs. trem comum. A QUESTAO E TREM TURISTICO & TREM COMUM. ficarei muito contente se, morando em poços puder num final de semana ir ate bauxita no trenzinho e durante a semana poder ir a campinas de trem. quanto ao monotrilho, outra questao simples. basta resconstruir a parte da linha que caiu e restabelecer esse transporte fabuloso. nao poluente, silencioso e otimo, sobretudo para pessoas idosas. outra cidade de idosos, wuppertal, na alemanha mantem com orgulho seu wuppertaler schwebebahn de madeira, inaugurado por guilherme II, em 1901.e ai do imbecil que propuser extingui-lo! sidney tem um outro exemplo lindo de monotrem, so que modernissimo!

AssimSim disse...

Faço minhas as palavras ditas por Denis W. Esteves:
"A população precisa ficar mais atenta aos atos do poder público e cobrar soluções que atendam de fato aos interesses públicos. O prefeito precisa mostrar a que veio e tomar medidas com relação à afronta que lhe foi feita publicamente por uma pessoa nomeada por ela para desempenhar um cargo de confiança. Se ele não tem pulso para fazer o seu secretariado seguir suas diretrizes, como pode esperar que a população lhe confie os destinos da cidade por mais um mandato?"

Mario Seguso disse...

Caro Rubens, li o longo artigo que você escreveu no dia 11 março nas memórias de Poços. Tão bem elaborado, estudado, documentado e completo para não deixar dúvidas sobre a seriedade e veracidade das tuas afirmações transmitidas após dois anos de estudos e pesquisas que comprovaram a viabilidade para a repristinação e o funcionamento da rede ferroviária de Poços de Caldas . Se o distinto secretário interino do turismo também o tivesse lido não teria solicitado o “debate” na rádio Difusora. Possivelmente o fez acreditando que tal debate se teria transformado em umas das costumeiras baboseiras políticas. Ele estava tão seguro das suas capacidades técnicas que o autorizava a defender a volta da rede ferroviária de Poços de Caldas e informar o Povo da Cidade que ele também sonha com o retorno do movimento na estação e na estrada de ferro Mogyana, mas de uma forma mais completa que qualquer outra, levando os trens até Campinas e mais ainda até São Paulo. Eu na escuta gostei da modéstia dele porque achava que ele afirmaria também a possibilidade de se prolongar mais o percurso dos trilhos esticando-os até Buenos Aires. De leve, saiu também a conversa que se referia ao monotrilho e nós fomos informados pelo supracitado secretário que ele acha válida a possibilidade de fazer recolocá-lo em movimento. Fantasiando um pouco sobre a triste existência do mesmo, afirmou ser amigo dos donos daquele empreendimento que já nasceu morto. Enfim Rubens, o meu conselho seria começar desde já a usar o sistema do Jô Soares, quando em seu programa humorístico ele não suportava intermediários e por isso exigia “QUERO FALAR COM O CHEFE”. Mas o chefe está tão ocupado em salvar o seu periclitante futuro político combinando reuniões e mais reuniões com todos os ilustres representantes de todas as siglas dos partidos existentes, perdendo o tempo precioso no qual deveria dedicar aos cidadãos o respeito que merecem para que sejam atendidos os problemas principais que afetam a nossa cidade, e mais, que não caia no erro de ignorar quem poderia ajudá-lo, dando ao invés, preferência a quem o está boicotando.

michel disse...

Chega a ser constrangedora a maneira como J.C. Polli raciocina. Essa ideia da pista para veículos dá bem a dimensão da ignorância cultural desses administradores.

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Memória de Poços de Caldas é um trabalho cultural, sem fins lucrativos, e democrático. Aqueles que quiserem se comunicar diretamente com o autor podem fazê-lo pelo email rubens.caruso@uol.com.br .