segunda-feira, 31 de maio de 2010

A VILLA PRATES

Uma dessas preciosidades perdidas de Poços de Caldas: o antigo casarão, na Rua Junqueiras, 130, é passagem obrigatória de muitos moradores e turistas. Fica logo depois da Estação Ferroviária (que eu prefiro chamar "Estação da Mogyana"), bem em frente ao Parque José Affonso Junqueira. Quase sempre paramos naquele semáforo que há defronte ao casarão, mas não damos conta de estar diante de uma verdadeira jóia em degradação.

Trata-se da “Villa Prates”, a assim denominada residência de veraneio da família do Conde Eduardo Prates, imóvel construído em 1886. Era uma edificação térrea, posteriormente modificada para “chalé”, com estilo europeu. Ao longo do tempo o projeto acabou bastante alterado, resultando em um grande sobrado de estilos variados -ainda assim impressionante.

Segundo espcialistas, o imóvel tem fachada principal composta de pequeno jardim com frente para o parque José Afonso Junqueira. O sistema construtivo faz-se com embasamento de pedra, estrutura portante e fechamento dos vedos em alvenaria. Cobertura em várias águas, com telhas cerâmicas e estrutura de madeira. Tipologia de tendência neoclássica com varanda destacada em sua fachada frontal, possuindo janelas de madeira, tipo veneziana em duas folhas, com vedação em caixilhos de madeira e vidro, composto de duas folhas internas, possui ainda elementos de serralheria trabalhados nos guarda-corpos das escadas, varanda e gradis limites com a rua”.

É uma construção belíssima. Estima-se que esteja fechado há mais de 15 anos, apesar de lá residir uma família que cuida do imóvel, em especial para que não seja invadido e depredado. Esta família gentilmente autorizou a visita ao Chalé, após eu apresentar meu objetivo: mostrá-lo e quem sabe despertar o interesse na preservação.

Logo na entrada, impressiona a altura total da fachada, por conta do pé direito bem alto e da existência de uma varanda. Esta varanda sozinha já é um show, pois possibilita visão privilegiada do Parque e da Serra São Domingos. Tem impressionante grade de ferro trabalhado e piso hidráulico.

Subimos a escada de entrada e chegamos a um hall interno. Respeitosamente passamos direto por ali, pois é o espaço ocupado pelos moradores, e chegamos ao interior do casarão. Inacreditável o número de cômodos: confesso que perdi a conta quando passou dos 30. Há salas, salas ligadas a estas, banheiros conjugados, muito difícil entender a distribuição. Talvez fossem diversas suítes, cada qual com sua sala, quem sabe? No casarão já funcionaram escolas e até mesmo a Delegacia Regional de Ensino.

Pouco restou das louças, uma ou outra pia ou vaso. Há uma belíssima escada de madeira, com detalhes torneados, que não parece ser do projeto original, mas fruto de uma adaptação, ainda muito bem conservada.

Impera a poeira, visto que o casarão é muito grande e a manutenção é apenas suficiente para manter o imóvel em condições mínimas. O telhado está em bom estado, o que preserva paredes e assoalhos das infiltrações. Em um dos cômodos, o detalhe que mais me chamou atenção é um antigo vidro, com desenho jateado de um vaso de plantas, contendo as iniciais “C.P.”, de Conde Prates.

Janelas altas, corredores longos, pé direito de castelo. Visitar o casarão é uma volta ao passado. Imaginar a riqueza que ali esteve, o mobiliário, as pessoas. Há uma lenda que em certas noites é possível ouvir os passos do Conde. Não acredito nessas coisas. Por garantia, saí de lá antes de escurecer...

Há alguns anos foi elaborado um dossiê (de onde veio a descrição reproduzida no terceiro parágrafo) sobre o chalé, contando inclusive com apoio do curso de Arquitetura da PUC-PC, visando a aquisição do imóvel para sua recuperação e posterior transformação em espaço cultural. Não deu certo. O projeto para captação de recursos na ordem de R$ 4,5 milhões, embora aprovado pelo Ministério da Cultura, não conseguiu arrecadar capital e acabou arquivado. E assim o Chalé continua em pé, sabe-se lá até quando.

Não há indícios de que o atual proprietário pretenda investir no Chalé.

O CONDE

“O Conde Eduardo Prates nasceu em São Paulo a 8 de novembro de 1860. Ocupou cargos diretivos na Companhia Paulista de Estradas de Ferro e Banco de São Paulo. Também foi presidente da Companhia Central de Armazéns Gerais, da Companhia Mineraes Santa Rosa; Companhia Paulista de Navegação; e vice-presidente da Companhia Frigorífica e Pastoril de Barretos; fundou a Fazenda Santa Gertrudes, no município de São João do Rio Claro, para realizar melhoramentos genéticos no gado de corte nacional.

Além da pecuária, assunto no qual concentrou toda sua inteligência e força, a Fazenda Santa Gertrudes era usada também para o plantio de café.

Sendo um dos maiores proprietários da parte central da cidade de São Paulo, tanto a municipalidade quanto o governo estadual encontraram nele uma “alavanca” para a realização do Plano Bulevar. Sua contribuição tornou-se efetiva com os melhoramentos introduzidos na Rua Libero Badaró, através da reconstrução de edifícios com linhas arquitetônicas finas. Existia nessa mesma rua o solar dos Barões de Itapetininga, cuja área de sua imensa chácara foi cedida à municipalidade, que transformou o famoso Parque do Anhangabaú, através da ligação do centro da cidade aos jardins do teatro Municipal.

O Conde Eduardo Prates auxiliou financeiramente muitas instituições, tais como a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Orfanato Cristóvão Colombo, Igreja Santo Antônio, localizada na Praça do Patriarca, e Liceu Sagrado Coração de Jesus, sempre desdenhando qualquer prêmio político que lhe fosse oferecido por benemerência. Faleceu em São Paulo a 22 de março de 1928, aos 67 anos.

Fontes: Prefeitura Municipal de São Paulo e Associação Comercial de São Paulo.

Atualização: em 9 de junho de 2010 a Prefeitura publicou edital nomeando comissão para avaliação do imóvel, com objetivo de desapropriá-lo. Pode ser a redenção do velho casarão.

Atualização: em 16 de junho de 2016 o Casarão foi -finalmente- tombado como Patrimônio Histórico da cidade. Confira aqui.
 

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AEROPORTO DE POÇOS DE CALDAS


O aeroporto de Poços de Caldas, denominado Embaixador Walther Moreira Salles, foi inaugurado em 1937. Tem a pista mais alta do Brasil -1.260 metros de altitude- e 1.500 m de extensão. Sua sede é construída em “estilo mexicano”, conforme descrito no site da prefeitura, e teve seus dias de glória no tempo dos cassinos, com vôos comerciais regulares.

O prédio que aparece no antigo postal (cuja data não sei precisar, mas deve girar em torno da década de 1929) e na foto atual, encontra-se em excepcionais condições, um exemplo a ser seguido por outros patrimônios históricos da cidade.

Vale uma visita.

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segunda-feira, 24 de maio de 2010

FAMÍLIA IMPERIAL EM POÇOS


Esteve aqui em Poços de Caldas um visitante de nome Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bebiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga. Já ouviu falar dele? Estranhou o longo nome? Reconheceu nas fotos o dono das longas barbas brancas? Trata-se de Sua Majestade Dom Pedro II, o segundo imperador do Brasil, que nasceu no Rio de Janeiro em 2 de dezembro de 1825 e assumiu o trono em 18 de julho de 1841, aos 15 anos de idade, sob a tutela de José Bonifácio e depois do Marquês de Itanhaém.

Dom Pedro II foi uma das mais emblemáticas personalidades que o Brasil já teve. Coroado ainda menino, tornou-se homem cultíssimo e dono de visão aguçada para o futuro, que só se concretizaria por meio da educação, ciência e tecnologia -Dom Pedro II trouxe para o Brasil avanços importantes como o daguerreótipo (precursor das câmeras fotográficas), o telégrafo, o selo postal e o hoje indispensável telefone, além de ter sido grande incentivador da cultura.

Dom Pedro II deixou o Brasil dois dias após a proclamação da República, em 17 de novembro de 1889, falecendo dois anos depois em Paris, aos 66 anos.

Leitura obrigatória para quem tem interesse pela história de Poços é o excepcional trabalho da historiadora Nilza Boelho Megale, intitulado “Memórias Históricas de Poços de Caldas”. O livro traz a informação da visita de dois dias do Imperador, cuja chegada se deu em 22 de outubro de 1886, acompanhado da Imperatriz D. Tereza Cristina e comitiva, para a inauguração do Ramal de Caldas da Estrada de Ferro Mogyana.

Curiosa herança da visita de Dom Pedro II foi a polêmica foto da Família Imperial, que teria sido tirada defronte ao Hotel da Empresa (Empresa Balneária, que funcionou como concessionária das termas nos anos 1880). O fato foi esclarecido por D. Nilza: na verdade a foto foi feita em Petrópolis e aqui distribuída como lembrança da visita do Monarca à cidade, gerando a confusão. Tudo por conta da legenda que há no rodapé da foto: “D. Pedro II e Família – Hotel da Empresa – 1887 – Poços de Caldas”.

Já o clássico “Poços de Caldas – Synthese Historica e Crenologica”, do Dr. Mario Mourão, publicado em 1933, conta: “(O Imperador) ficou em Poços de Caldas dois dias, indo passear na Cascatinha e Cascata das Antas, sempre acompanhado em ambos os passeios por enorme massa popular”. Diz ainda que “Sua Majestade veio na companhia da Imperatriz, da Princeza Isabel, do Conde d´Eu, dos principes e de uma luzida côrte, entre os quaes o Visconde Ibituruna, o medico do Paço, e varias damas de honor”.

Além das cascatas, o Imperador conheceu toda a cidade, tendo se banhado no Balneário Pedro Botelho. Também visitou a Fonte Sinhazinha e subiu o Morro do Itororó para ver a paisagem.

Há um outro livro interessantíssimo, cuja leitura também recomendo: trata-se de “As Barbas do Imperador”, brilhante trabalho de Lilia Moritz Schwarcz, que desvenda a vida do Imperador em obra de mais de 600 páginas. No trabalho ela conta que Dom Pedro II esteve em nossa cidade no ano de 1861, quando “conheceu as milagrosas águas termais de Poços de Caldas”. Então, segundo a história, Dom Pedro II esteve duas vezes em Poços de Caldas.

Visitas desse quilate são raras, e poucas cidades de Minas Gerais tiveram a oportunidade de receber Sua Majestade. Os locais por onde passou em Poços poderiam estar indicados com referências à visita, mas resta apenas a homenagem da Praça Dom Pedro II, ainda hoje apontada como “Praça dos Macacos”, por conta da denominação da fonte ali existente.

Pedro foi um homem de grandeza impressionante. Antes de embarcar para o exílio forçado, após a proclamação da república, deixou a seguinte mensagem:

“Cedendo o império as circunstâncias, resolvo partir com toda a minha família para a Europa amanhã, deixando esta pátria de nós estremecida, à qual me esforcei por dar constantes testemunhos de entranhado amor e dedicação durante quase meio século, em que desempenhei o cargo de chefe de estado. Ausentando-me, eu com todas as pessoas de minha família, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo votos por sua grandeza e prosperidade".

Em sua bagagem, um pacote contendo terra do Brasil, encontrado depois em seus pertences, com um escrito de próprio punho do Imperador: “É terra do meu país; desejo que seja posta no meu caixão, se eu morrer fora de minha pátria”. Assim foi feito.

Dom Pedro II merece a admiração e o respeito de todos os brasileiros, e Poços de Caldas poderia fazer mais pela memória de seu mais ilustre visitante.

Legendas e créditos das fotos:
Dom Pedro II em Poços de Caldas (arquivo da Fundação Biblioteca Nacional).
Carro de viagem de Dom Pedro II, o Vagão Imperial, da São Paulo Railway. Com um talvez similar, mas da Cia. Mogyana, o Imperador visitou a cidade (arquivo do Museu da Imagem e do Som – SP).

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GRIPPE HESPANHOLA

Em 1918 o mundo era assolado por uma doença terrível, denominada “gripe espanhola”. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz, “a gripe espanhola – como ficou conhecida devido ao grande número de mortos na Espanha – apareceu em duas ondas diferentes durante 1918. Na primeira, em fevereiro, embora bastante contagiosa, era uma doença branda, não causando mais que três dias de febre e mal-estar. Já na segunda, em agosto, tornou-se mortal. Enquanto a primeira onda de gripe atingiu especialmente os Estados Unidos e a Europa, a segunda devastou o mundo inteiro: também caíram doentes as populações da Índia, Sudeste Asiático, Japão, China e Américas Central e do Sul”.

A epidemia chegou ao Brasil no final de setembro de 1918, junto com os marinheiros que desembarcaram doentes no porto de Recife, vindos de Dakar, na África. Logo, surgiram casos de gripe em outras cidades do Nordeste, São Paulo e Rio de Janeiro, então a capital do país.

Ainda segundo a Fundação Oswaldo Cruz, “as autoridades brasileiras ouviram com descaso as notícias vindas de Portugal sobre os sofrimentos provocados pela pandemia de gripe na Europa. Acreditava-se que o oceano impediria a chegada do mal ao país. Mas, com tropas em trânsito por conta da guerra, essa aposta se revelou rapidamente um engano. Tinha-se medo de sair à rua. Em São Paulo, especialmente, quem tinha condições deixou a cidade, refugiando-se no interior, onde a gripe não tinha aparecido. Diante do desconhecimento de medidas terapêuticas para evitar o contágio ou curar os doentes, as autoridades aconselhavam apenas que se evitasse as aglomerações”.

A estimativa é de que entre outubro e dezembro de 1918, 65% da população adoeceu. No Rio de Janeiro foram registradas mais de 14 mil mortes, enquanto em São Paulo pelo menos outras 2 mil pessoas morreram. Não há dados concretos, mas estima-se um número de mortos por gripe espanhola em todo o mundo entre 20 e 40 milhões.

Poços de Caldas não escapou da epidemia, conforme nos deixou escrito o Doutor Mario Mourão: “Logo depois surgiram os dias torvos de Outubro e Novembro de 1918. A grippe hespanhola espalhou o terror e a morte na cidade, tendo sido Poços de Caldas uma das cidades mais castigadas, sendo de notar que todos os medicos enfermaram e, que houve um dia de 40 óbitos, sendo os cadaveres transportados para o cemiterio por um pobre idiota, chamado Lafayette, que deixava os corpos insepultos pelas ruas da cidade. Foi uma epocha de calamidade e de horror”.

VISTA PANORÂMICA


Cartão Postal, circulado, nome dado aos postais que foram enviados, ou seja, que "circularam". A mensagem constante no verso, datada de 1948, transcrevo abaixo (eliminei os sobrenomes e endereços grafados no cartão por respeito às pessoas):

"Querida Edith,
Você não calcula que lindo lugar é este aqui. Hoje demos um bonito passeio de charrete e me lembrei muito de você, que gosta dessas coisas. Como vão todos? E o Zezinho? Diz a êle que a Yayá manda um beijo.
Saudades a todos.
Um beijo para você,
da Yara"

Embora pequena, a mensagem carrega duas características ainda importantes em Poços: a beleza do lugar e os passeios de charrete.

Na foto, é possível identificar facilmente o cruzamento das Ruas Prefeito Chagas e Assis Figueiredo -bem ao centro da imagem está o prédio da antiga Casa Moreira Salles, onde hoje fica o Unibanco. Os demais pontos deixo por conta da sua memória e percepção -muitos ainda estão de pé e fazem parte da paisagem urbana da cidade.

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RECREIO BORTOLAN


A primeira imagem é de um cartão postal antigo, talvez de 1956, possível de imaginar por conta do carro que ali aparece: um novíssimo Chevrolet Bel Air azul e branco daquele ano, ainda sem placas. Foi feita às margens da represa Bortolan e mostra o "Recreio Bortolan", pequeno clube que existe até hoje. Note a lancha à esquerda, que traz o mesmo estilo "rabo-de-peixe" dos carros da época.

A segunda foto foi feita 52 anos depois, em julho de 2008, no mesmo local, tendo como modelo também um Chevrolet Bel Air, porém de 1955.

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MARCO DIVISÓRIO


Muito mais do que o nome de um bairro na divisa de Minas Gerais e São Paulo, em Poços de Caldas, o “Marco Divisório” é um ícone histórico.

Definir a linha que divide os dois Estados foi um problema que teve início logo após a extinção do sistema de Capitanias. A região onde está Poços de Caldas pertencia a duas das capitanias, até que Portugal resolveu estabelecer os limites de divisa, “interpretados” ao gosto dos mineiros e dos paulistas, por causa do ouro e das águas sulfurosas.

O assunto atravessou o Império e chegou à República, até que em 25 de maio de 1935 foi constituída uma Comissão Mista para estudar a questão dos limites.

A comissão paulista era integrada por Francisco Antônio de Almeida Morato, professor da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e os engenheiros João Pedro Cardoso e Aristides Bueno. A comissão de Minas Gerais contava com Milton Campos, Benedito Quintino dos Santos e Temístocles Barcelos.

Definidos os limites, depois de muito trabalho, foram cravados marcos na linha da fronteira, todos de granito aparelhado e de forma prismática, tendo esculpidas numa das faces “São Paulo”, na outra, “Minas Geraes” e na terceira o ano “1936”.

Para marcar o encerramento dos trabalhos da Comissão, foi lavrada uma ata na linha divisória entre Cascata e Poços de Caldas, com a presença de autoridades e da Banda Municipal Maestro Azevedo, onde foi levantado um obelisco para comemorar o acordo, o chamado Obelisco da Cascata, observado nas fotos acima.

O Obelisco da Cascata situa-se na Fazenda Pinheirinho (que foi propriedade dos irmãos Emerenciano, Gabriel José e Joaquim Junqueira), foi inaugurado em 31 de julho de 1937, data do termo final da cravação dos marcos, junto aos trilhos da Estrada de Ferro Mogiana, e teria dado o nome de “Marco Divisório” à região.

O Obelisco da Cascata está cercado em área de pasto, em bom estado, mas sem manutenção oficial. A base tem quatro faces, onde foram esculpidas gravações em ortografia da época: “SÃO PAULO” numa face e “MINAS GERAES” na face oposta, indicando os lados da divisa; “EM COMMEMORAÇÃO DO ACCORDO DE SÃO PAULO E MINAS GERAES DE 28 DE SETEMBRO DE 1936 FIXANDO AS DIVISAS DOS DOUS ESTADOS” num lado e, por fim, “MANDADO ERIGIR PELOS ARBITROS FRANCISCO MORATO E MILTON CAMPOS E SEUS AUXILIARES SOB O GOVERNO DE ARMANDO DE SALLES OLIVEIRA E BENEDICTO VALLADARES”, no outro lado. Apesar de preservada, esta última inscrição já está se perdendo, por desgaste natural.

O Obelisco da Cascata, por sua importância histórica, poderia ser transformado em ponto de visitação, com os devidos cuidados, pois está em um local de fácil acesso e cercado de belas paisagens.
 
O autor da foto antiga é desconhecido.

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domingo, 23 de maio de 2010

VISTA PANORÂMICA


A foto antiga é do acervo pessoal do editor. Não é possível precisar o ano em que foi feita, mas observa-se que ainda não havia nenhum edifício na cidade. Nem mesmo o Bauxita havia sido construído, o que se deu em 1946.

A foto colorida é de julho de 2008. Compare e perceba o crescimento da cidade. Bem no centro das imagens (ambas feitas a partir do Cristo) está a Thermas Antonio Carlos.

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BIOCUTIS

Cartão Postal comercial, circulado em 14 de fevereiro de 1931.

Note a aplicação fotográfica do frasco da Solução Medicinal "BIOCUTIS - Typo Moderado - Para sardas, espinhas, cravos e manchas da pelle".

O remetente escreveu no verso a seguinte sugestão ao destinatário: "Compre na Drogaria Braulio um vidro de Biocutis e use-o antes e depois de barbear-se. É adorável.".

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sexta-feira, 21 de maio de 2010

JOAQUIM LOURENÇO DE AZEVEDO FILHO


Já ouviu falar em Joaquim Lourenço de Azevedo Filho? Saiba um pouco da história deste ilustre personagem, nascido em Espírito Santo do Pinhal-SP, em 19 de novembro de 1872.
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"Espírito culto e ao mesmo tempo aventureiro e irrequieto, aos 21 anos, prestando serviço militar, embrenhou-se com afinco em seus estudos musicais; encarou sua verdadeira vocação e desde cedo tornou-se um verdadeiro gigante da arte musical. Homem preparadíssimo, foi jornalista, maestro e compositor. Alegre, espirituoso, modesto e leal, era sempre bem recebido em qualquer roda. De 1900 a 1910 foi a época das suas grandes composições: mais de 100 produções espalhadas por todos os lugares em que passou.
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Do seu cérebro saíram valsas, maxixes, dobrados, peças sinfônicas, operetas, marchas marciais e tantos outros estilos. Peças como “Sabiá do Sertão” e “Soberana” alcançaram projeção internacional.
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Em 1920, com a composição da marcha “Rei Soldado”, em homenagem ao monarca Alberto I, foi agraciado com a comenda da Ordem da Coroa da Bélgica.
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Já em 1929, quando a banda do exército dos Estados Unidos foi para uma turnê na Europa, seu nome foi incluído entre os maiores compositores do mundo.
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Aos 60 anos, em 1932, durante o movimento constitucionalista denominado Revolução de 32, alistou-se como voluntário no Batalhão Ferroviário, ostentando a patente de 1º tenente.
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Tendo ficado vago o cargo de regência da Banda da Força Pública do Estado de São Paulo, com a aposentadoria do maestro Antão Fernandes, os maiores maestros da época canditaram-se ao cargo, mas o maestro Azevedo foi o eleito.
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Veio para Poços de Caldas ocupando o posto de "Regente da Banda" nas décadas de 30 e 40 . Destaca-se no grupo, à mesma época, a presença de outros grandes músicos como o trompetista Mário Costa, os bateristas Ataulpho Marques e Otaviano Rocha e também o clarinetista e saxofonista Antônio Beccaro que, como o Maestro Azevedo, dedicaram grande parte de sua existência em prol da música e desta banda (Poços) de mais de 90 anos." (texto adaptado do site http://www.glosk.com/).
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"Maestro Azevedo" empresta seu nome à Banda Municipal de Poços de Caldas.
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Foto: apresentação da Banda Maestro Azevedo no Coreto, em 2008.

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sábado, 15 de maio de 2010

PARTICIPE DO MEMÓRIA DE POÇOS

É uma honra recebê-lo aqui e, mais ainda, contar com sua preciosa participação nesse projeto.

MEMÓRIA DE POÇOS DE CALDAS pretende reunir em espaço virtual o acervo memorial disperso, possibilitando a socialização desse valioso conteúdo, com livre acesso aos interessados no tema: estudantes, historiadores, jornalistas, educadores, turistas ou simplesmente apaixonados por essa magnífica cidade.

A estrutura é bastante simples: à esquerda estão as sete seções que formam a base de consultas do MEMÓRIA DE POÇOS DE CALDAS -Curiosidades, Memória em Movimento, Memória Escrita, Memória Fotográfica, Monumentos, Ontem e Hoje e Personagens. Alguns assuntos podem se repetir em mais de uma seção, fruto da riqueza histórica de nossa Cidade e das muitas nuances que cada tema pode apresentar. Passeie pelas seções clicando sobre os títulos.

Um pouco mais acima, ainda à esquerda da página, onde se vê uma "lupa", está um campo de pesquisas no site. Digitando uma palavra-chave é possível selecionar os conteúdos sobre o tema proposto.

Clicando em Home, no alto da página, a qualquer momento é possível voltar ao início e ter acesso às mais recentes publicações, em ordem cronológica. É uma função importante para os que acompanharem cotidianamente o MEMÓRIA DE POÇOS DE CALDAS.

Esse espaço está aberto a sugestões, sempre visando a melhoria e a facilidade do acesso à informação.

Toda contribuição é importante e bem-vinda. Você pode participar desse projeto, cujos objetivos são apenas educacionais e culturais, enviando material histórico por email para rubens.caruso@uol.com.br 
ou por Correios para:

MEMÓRIA DE POÇOS
A.C.: Rubens Caruso Jr.
Caixa Postal 84
Poços de Caldas, MG
CEP 37701-970

Não deixe a história de nossa cidade guardada num canto qualquer. Que tal dividi-la?