segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

PALACE CASINO: PRIVATIZAÇÃO?


"Cassino dos cassinos", o Palace foi concebido como parte de um conjunto composto ainda pelo Palace Hotel e a Thermas Antonio Carlos. As obras do Palace Casino foram iniciadas em 1928 e concluídas em 1930. O objetivo (alcançado) era tornar a Estância no mais completo e moderno balneário das Américas.

Inaugurado em 1931, contava originalmente com um Salão Nobre, Salão Azul (para os jogos), um restaurante, o Palace Grill e outra sala de jogos menor, onde mais tarde ficou um auditório e um teatro. Tornou-se o cassino preferido da elite que vinha a Poços de Caldas, com seus enormes salões, lustres de cristal e e outros luxos. Artistas como Dalva de Oliveira ou Grande Otelo, entre muitos nomes, orquestras internacionais e políticos de elevado escalão eram presença constante. O traje obrigatório era a rigor.

Em 1944, o Palace Casino pegou fogo. Foi recuperado, serviu durante muitos anos a todo tipo de festas, o que culminou na completa e vexaminosa deterioração do prédio. O Palace Casino encontra-se desde 2009 em restauração, incluindo a recuperação do teatro que havia no projeto original, escondido por décadas sob a Boate Azul.

Quatro anos e meio passados, a obra de recuperação desse precioso espaço da cultura e da memória poçoscaldense, prevista para improváveis 18 meses e R$ 5 milhões ainda não se concretizou -cumprindo o que se tornou padrão em obras públicas no Brasil. As justificativas são sempre as mesmas: algo que não estava previsto no projeto, intempéries, corte de verbas, uma lista interminável a justificar a incompetência oficial no empenho do dinheiro do cidadão.

Mas o debate agora é outro: a Codemig -segundo ela mesma "uma empresa pública constituída na forma de Sociedade Anônima e controlada pelo Estado de Minas Gerais", publicou edital (imagem abaixo) cujo objeto é a "contratação, em regime de empreitada por preço global, do arrendamento do "Palace Hotel e Palace Cassino de Poços de Caldas", no município de Poços de Caldas/MG". 
Não vou entrar na discussão sobre o arrendamento do Hotel, que encontra-se há anos sob boa gestão privada e desconheço os termos desse contrato. O que é surpreendente é ver que um bem que estava cedido a Poços de Caldas, em regime de comodato, saia das mãos da gestão da prefeitura e possa ir para uma administração particular. 

Não acho ruim essa possível privatização -a cidade manifestou, ao longo das recentes gestões dos prefeitos Navarro e Courominas sua incapacidade para administrar aquele precioso local, autorizando todo tipo de evento, entre eles uma festa regada a cerveja que literalmente lavou o assoalho dos salões com a bebida. Se foto tivesse cheiro, certamente você torceria o nariz ao observar as imagens abaixo, que fiz em 2008.
O que pega muito mal, nesse momento de aparente conclusão das obras (ainda sem o Teatro pronto) é o fato da inauguração do Palace Casino recuperado ter sido adiada pelo menos duas vezes, por questões de "agenda do Governador", quando na verdade articulava-se esse processo licitatório. Para piorar, o fato de que a gestão municipal atual, empossada em janeiro passado, já trabalhava num detalhado Plano Diretor para uso do espaço e, em paralelo, foi criada uma associação de amigos do Palace Casino. Ficou evidente o descompasso entre o Estado (a dona, de fato, do Palace Casino) e a Prefeitura, representante maior dos interesses dos munícipes.

É de se questionar, ainda: desde quando previa-se uma eventual privatização? Não seria, portanto, o caso de privatizar antes da reforma, deixando o milionário investimento a cargo de quem assumisse o patrimônio? Nessa condição, é fato que o valor do arrendamento cairia, em compensação o investimento seria privado, e não público.

O jeito agora é torcer para que o Casino, se privatizado, vá para mãos que compreendam a importância, a relevância nacional desse patrimônio, e não o transforme em alguma espécie de "salão de festas", numa tentativa de viabilizar economicamente o "Monumento Histórico".
Regras claras devem ser implantadas e, principalmente, cumpridas à risca, exigências mínimas que a Codemig deve fazer. Um problema, considerando que a estatal sequer fez cumprir o prazo de restauração do Casino e encerra o ano devendo o tão anunciado Centro de Convenções de Poços de Caldas, enterrado em outubro passado pela própria lei municipal que doou área para empresa estadual.

Atualizando: em 6 de dezembro de 2013, o jornal Mantiqueira trouxe o assunto em reportagem de capa, cuja íntegra segue abaixo:

Exploração do Palace Casino será licitada pela Codemig

LUCIENNE CUNHA
lucienne@mantiqueira.inf.br

Poços de Caldas, MG, 06/12/13 – No próximo dia 27, às 10h, a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig) fará, em Belo Horizonte, a licitação para exploração do Palace Casino e do Palace Hotel. Segundo publicação, a concorrência será em regime de empreitada por preço global de arrendamento.
Segundo o prefeito Eloísio do Carmo Lourenço (PT), houve várias reuniões entre o município e a Codemig em Belo Horizonte e em Poços para discutir essas questões relacionadas ao Palace Casino e em um determinado momento a Companhia manifestou o desejo de antecipar a retomada da concessão do prédio, que vencia em 2015.
“Depois dessa proposta fizemos uma análise para avaliar essa possibilidade e chegamos à conclusão que o município sempre enfrentou problemas com a administração desse imóvel. O que vimos durante esses anos foram depredações e mau uso daquele espaço que culminou com seu fechamento para reformas e investimentos de milhões por parte do Estado para que ele pudesse ser novamente utilizado”, lembra.
Segundo o prefeito, a Codemig deixou claro que gostaria de passar a administração do Palace Casino para um parceiro privado que poderia explorar o espaço e, consequentemente, dar a manutenção necessária, segurança adequada, desonerando assim o Estado de reformas constantes.
“Partindo desse princípio, entendemos que o melhor seria antecipar essa devolução, vale ressaltar que o prédio continua sendo um patrimônio da cidade, o que muda é a forma de exploração e acredito que isso vai fazer toda a diferença. Não podemos conceber a prefeitura ficar emprestando o prédio para eventos privados e ainda arcar com a manutenção, limpeza, segurança. Além disso, teríamos que mobiliar o Palace porque grande parte dos móveis desapareceu e isso seria um grande custo para o município. Infelizmente quando o poder público administra um espaço como aquele muita gente acha que o empréstimo tem que ser de graça ou até num valor irrisório’, comenta.
O prefeito explicou ainda que foi passado um ofício da Codemig de solicitação de antecipação do término da concessão e a prefeitura aceitou e foi feito um “destrato” (sic), o que possibilitou a abertura de um processo de licitação para que uma empresa privada possa administrar o prédio.
Eloísio diz que agora é esperar o desfecho da licitação para ver quem será o vencedor. Questionado sobre a falta de espaço em Poços para realização de eventos e se a devolução do Palace Casino e sua futura exploração pela iniciativa privada não pode prejudicar ainda mais a cidade, o chefe do Executivo diz não acreditar nessa hipótese, já que, segundo ele, a maioria dos eventos é privada. E acrescentou que a administração está buscando a construção do centro de convenções e, além disso, existe o prédio da Urca.
“Um evento privado exige muito mais do poder público quando existe a cessão do espaço, já o parceiro privado consegue oferecer isso de melhor forma. Não tenho essa preocupação porque os eventos públicos têm seus espaços e infelizmente o que vimos no Palace enquanto ele foi administrado pelo poder público foi uma total degradação. Conversamos com a Codemig para que algumas datas sejam reservadas para eventos do município ou até mesmo do Estado, isso ficou acordado, caso haja a necessidade de um espaço mais adequado. Mas, logicamente, temos que entender que quem entra num edital e ganha seu objetivo é obter lucro e o município não pode interferir nessa administração”, relata. Eloísio também explicou que caberá à Codemig definir o uso do Palace e os tipos de eventos que poderão acontecer no local. O prefeito acredita que quem ganhar a licitação saberá fazer bom uso do espaço até porque será responsável pela sua manutenção e conservação.

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"Povo que não conhece sua história está condenado a repeti-la".

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

TRANSPORTE DE LEITE


Antigo Bilhete-Postal do acervo do Memória de Poços de Caldas destaca o primitivo sistema de transporte de leite em Poços de Caldas.

Observe ao fundo a cidade: na imagem é possível localizar o Mercado Municipal e sua inconfundível torre, bem como a Igreja Metodista e, mais ao fundo, a antiga Matriz, demolida em 1938.

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MATRIZ SEM TORRE


Curiosa imagem do acervo do Memória de Poços de Caldas mostra um panorama da cidade, visto do alto da Serra de São Domingos.

No local do Cruzeiro hoje está o Cristo Redentor, inaugurado em 1958 (saiba mais clicando aqui e aqui).

Observe o detalhe mais interessante: a Matriz ainda não tinha a torre.

A data da imagem não é precisa, mas é possível estimar entre 1931, ano em quem foi inaugurada a Thermas Antonio Carlos (construção triangular que aparece à direita do Cruzeiro), e início dos anos 1940, pela ausência do Edifício Bauxita.

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terça-feira, 1 de outubro de 2013

GRITO DE CARNAVAL


Anúncio da Rádio Cultura de Poços de Caldas, publicado no jornal O Estado de São Paulo, em 1938. Conheça a biografia de Agripina Duarte da Fonseca, a "Rainha do Radio Paulista", clicando aqui.

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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

ONTEM E HOJE


A imagem acima é de um cartão postal do Memória de Poços de Caldas. Mostra o então "Clube de Turismo Minas Gerais - Atração Turística", localizado às margens da Represa Bortolan. Note que, apesar da simplicidade da construção, há uma interessante concepção arquitetônica, em especial a passarela onde há um homem.

Já a imagem do alto retrata como é fácil um verdadeiro "cartão-postal" ser destroçado pela ação do homem. No local, por exemplo, foi construída uma estação de esgoto. Coisa de gênio. Uma pena.

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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A INAUGURAÇÃO DO RAMAL DE CALDAS

Conta o escritor Hugo Pontes, em seu "A poesia das Águas: retratos escritos de Poços de Caldas":

"Leopoldo Amaral

Nasceu em Campinas, São Paulo. Jornalista, escrevia suas crônicas para a Gazeta de Campinas. Esteve presente na inauguração do Ramal Ferroviário de Caldas — Estrada de Ferro Mojiana. Na ocasião pôde relatar, com rara felicidade, a presença do imperador Dom Pedro II e sua comitiva. Dentre os cronistas reconhecidamente competentes do final do século XIX, Leopoldo Amaral é considerado o mestre do “bairrismo” campineiro. Em sua homenagem, a Prefeitura de Campinas encomendou um busto do jornalista ao escultor Lelio Coluccini. Deixou os seguintes livros publicados: A cidade de Campinas em 1900; Campinas: Recordações (1927).

A crônica de Leopoldo Amaral, que encontramos publicada na Gazeta de Campinas em 1915, tem um grande valor histórico, uma vez o que o autor foi testemunha de rara importância, como cidadão e jornalista, da vinda de Dom Pedro II a Poços de Caldas naquele dia memorável de 22 de outubro de 1886.

Reminiscências — Ramal de Caldas
Corria o mês de setembro, uma das épocas em que afluem aos Poços de Caldas os banhistas, isto é, aqueles que ali vão procurar os benéficos resultados que as águas termais maravilhosas proporcionam à saúde mais ou menos alterada. Isto foi em 1886.
Éramos três os moços (como é bom e grato dizer-se isto), que nos achávamos no mesmo hotel e ligados por antigos laços de amizade.
Um, o dr. José Negreiros, belíssima inteligência cujo brilho iluminava um coração de ouro, tão cedo desaparecido dentre os vivos; outro, o dr. Júlio Mesquita, atual diretor chefe do Estado; e o outro finalmente aquele que vai ditando estas linhas.
A estrada de ferro ainda não estava concluída até lá. Os trilhos achavam-se a muitos quilômetros distantes. O transporte de passageiros fazia-se por obséquio de vagarosos trens de lastro, da estação de Caldas (depois Cascavel) até a ponta dos trilhos e, daí em diante em troles, através de escuras estradas de rodagem, a subir a serra, até que, a alta hora da noite, se chegasse moído ao termo almejado.
O número de prédios na vila podia, a esse tempo, orçar por cem, aproximadamente. Poucos hotéis, contando-se os principais que eram o da Empresa (incipiente) e o do Globo e o das Famílias.
Ruas, sem calçamento, atravessadas por pequenos córregos sem asseio.
Os que chegavam aos Poços quase como um dever procurar o médico, que ali residia, havia anos, rodeado de justo conceito como homem de ciência e como cavalheiro de fino trato, o saudoso dr. Pedro Sanches de Lemos, que desde logo captava funda simpatia e expontânea estima.
Era ele a crônica viva da localidade, conhecedor da sua história e de sua gente.
Tratando-se deste lugar, vem de molde, o seguinte trecho histórico traçado pela pena brilhante de Coelho Netto:
A vila de Poços côncava e mais funda do que uma cratera entre bordos de outeiros e montes, sob a doçura límpida de um céu desanuviado e azul, com a sua paz de campo quase entrado ao sertão é um fervedouro de águas maravilhosas.
Remotamente, em dias de quase extinta memória, quando as terras interiores eram apenas desbravadas pelos aventureiros que revolviam o solo, brocavam as rochas procurando avidamente diamante e ouro, os borbotões que escachoavam em repuxo, à flor da terra, só eram conhecidos dos animais que desciam as encostas e vinham lamber os sais cristalinos nos barreiros ou enchafurdar-se no lodo tépido como se conhecessem a virtude daqueles jorros que golfavam em olheirões ferventes, fumegando.
Data de 15 de julho de 1786 a primeira notícia escrita dessas águas, acusando a descoberta e preconizando os benefícios nelas colhidos por numerosos enfermos, muitos deles leprosos. Desde então começou a romagem para o vale feliz.
Ao tempo a que nos referimos — setembro de 1886 — a população de Poços aguardava ansiosa a conclusão dos trabalhos da linha férrea que a Companhia Mojiana estava executando.
Às tardes, à medida que o assentamento de trilhos se aproximava, havia uma verdadeira romaria, não só de banhistas, entre os quais muitas senhoras de moradores dali, ao ponto onde trabalhavam os operários.
Havia verdadeira satisfação pelo melhoramento extraordinário cuja conclusão se avizinhava, fazendo prever o desenvolvimento e a expansão que, naturalmente, adviriam para esse ponto tão procurado como centro de saúde.
E, nós, os três “moços” acompanhávamos com prazer aquelas manifestações de interesse pelo progresso local, já então começado com a construção do edifício de banhos ligado por um passadiço ao prédio do hotel da Empresa.
Estavam, na ocasião, ali em uso das águas, entre outras pessoas, ao que nos lembramos no momento: o general Couto de Magalhães; um patrício ilustre pelo talento e pelos serviços à pátria e cujas excentricidades despertavam a atenção dos companheiros de hotel. Exigia, por exemplo, que a comida essencialmente paulista, lhe fosse servida nas próprias caçarolas, a ferver. O dr. Joaquim de Paula Souza, amigo inseparável do general, médico, mas que não clinicava. Era um valente “sportman”: as tacadas e as corridas de cavalos, constituíam o seu maior encanto. Foi ele quem aventou pela imprensa a idéia da fundação do hipódromo campineiro; José Paulino Nogueira, estimado negociante em Campinas e que, três anos depois, no posto de honra de presidente da Câmara Municipal, de sua terra, prestou inolvidáveis serviços, desenvolvendo acertadas providências em favor da população assolada por medonha epidemia de febre amarela que, no princípio de 1889, explodira mortífera, enchendo de pavor os habitantes desapercebidos.
Por esses atos de benemerência, que jamais serão esquecidos, a gratidão popular colocou-lhe o retrato no salão nobre da Câmara Municipal e, esta deu o seu nome a um das principais ruas da cidade.
O lavrador Francisco J. de Camargo Andrade (conhecido por Chico Gordo) um bom amigo e atencioso cavalheiro, estimado de todos os companheiros de hotel, grande entusiasta das qualidades esportivas do dr. Paula Souza, e com ele cooperador na fundação do hipódromo campineiro.
Estávamos já nós, os três companheiros de hotel, de volta havia algum tempo, quando chegou o almejado dia em que se realizaria a inauguração do ramal férreo de Poços de Caldas.
Foi a 22 de outubro do referido ano de 1886.
Na manhã desse dia a “gare” da Companhia Paulista regurgitava. Famílias, autoridades, pessoas gradas, uma multidão, enfim, curiosa se espremia, ali, à espera da chegada do comboio de S. Paulo, em que vinham s.s. m.m. imperiais, o sr. D. Pedro II, a sua veneranda consorte e a sua comitiva que, tinham de honrar com a sua presenças as festas inaugurais do referido ramal.
Pouco tempo teve a curiosidade pública que aguardar a chegada do comboio, não podendo, por isso, sentir a prova do melhor da festa que é esperar por ela.
Ao som do hino nacional e vitoriado por estrondosa manifestação de entusiasmo, o trem aproximou-se, lentamente da plataforma aparecendo, então, os venerandos vultos dos imperantes (sic), sem aparato algum. Campinas, o baluarte dos republicanos, houve-se dignamente na recepção imperial. A Câmara Municipal, composta de nove vereadores, dos quais quatro pertenciam ao partido republicano, compareceu em peso, a receber o velho chefe da Nação. Foi um belo exemplo de educação cívica e de respeito à autoridade dominante.
Com ss. mm. vieram o ministro da Agricultura, conselheiro Antônio Prado; presidente da província, conde de Parnaíba; médico do Paço, visconde de Sabóia; presidente da Companhia Mojiana, dr. João Ataliba Nogueira (depois barão de Ataliba Nogueira) e outras pessoas de alta representação social, entre as quais os seguintes representantes da imprensa: dr. Paranhos Pederneiras, do Jornal do Comércio; Maximino Serzedelo, da Gazeta de Notícias; Múcio Teixeira, do País; dr. Rangel Pestana, da Província; dr. Américo de Campos, do Diário Popular; Mondim Pestana, do Correio Paulistano; Léo da Affonseca, do Diário Mercantil, aos quais aqui se reuniram os da imprensa campineira: Henrique de Barcellos e Antônio José Pereira, do Correio; Alberto Sarmento, do Diário; e o autor desta, da Gazeta de Campinas, e ainda o grande filólogo, Júlio Ribeiro. E o que a nossa memória tem conservado nesse largo período de vinte e nove anos.
Após pequeno descanso dos imperiais viajantes, entre significativas demonstrações de contentamento público, partiu o trem inaugural da Mojiana, composto de diversos carros, sendo um aberto, especial para ss. mm. e comitiva.
Outros conduziam famílias, convidados e gente da imprensa.
O comboio rodava suavemente e, entre os passageiros, predominava a nota alegre e comunicativa de satisfação por aquele importante acontecimento.
Em quase todas as estações intermediárias explodiam manifestações com flores e vivas de entusiasmo aos monarcas.
Nas de Anhumas e Tanquinho a nota, que despertou a atenção geral, foi dada por bandas de música composta de pretos, escravos de fazendas vizinhas, e que, com ardor patriótico, sopravam o hino nacional.
Essas bandas, um ano depois por uma fresca madrugada, abalaram das fazendas, quando os escravos, em massa, fugiam procurando a capital e Santos, por efeito de ativa propaganda abolicionista. Uma delas, certa noite, chegou a S. Paulo e foi surpreender, executando uma marcha festiva, o valente chefe dos abolicionistas, dr. Antônio Bento, em sua residência.
Deixemos, porém, esta digressão, e vamos ao nosso assunto. A viagem transcorreu sem outro incidente interessante, a não ser o seguinte:
Em S. João da Boa Vista o trem parou. Chovia copiosamente e a música do finado professor Azarias de Mello, que ali se achava, enchia os ares com os acordes do hino nacional.
Nesse momento alguém pediu permissão para vir cumprimentar o monarca que, bondosamente, a concedeu. Penetrou, então, no carro um cavalheiro alto, muito delicado e respeitável.
Dirigida a saudação, tirou da algibeira da comprida sobrecasaca uma folha de papel e, sem demora, recitou, lendo, uns versos de sua lavra, e entregou o autógrafo ao imperador. Sua majestade teve palavras de aplauso e de agradecimento para com o poeta. Ao retirar-se, porém, o poeta, o sr. D. Pedro II chamou a atenção do médico, que se achava ao seu lado, para os versos, dizendo, com singela bondade e a sorrir:
— “Estes são como os desejados pelo capitão-mor da “Morgadinha”: chegam ao fim do papel!”
A frase deu no goto e forneceu tema para boas palestras. O comboio continuou a viagem, a contornar a serra, até que, vencidos os duzentos e poucos quilômetros, entrou na “gare” de Poços de Caldas, no meio de alacre demonstração popular. Músicas e aclamações, bandeiras e flores em profusão.
Os imperiais viajantes e alguns da comitiva foram hospedados pelo coronel Antônio Teixeira Diniz, mais tarde agraciado com o título de barão de Campo Místico.
Outros ficaram em hotéis diversos.
No dia seguinte, dirigiu-se o sr. D. Pedro II, acompanhado de muitas pessoas, para o aprazível local, a Cascatinha, onde um artista tirou triunfante a fotografia do numeroso grupo.
A partida, em regresso, estava marcada para a manhã do dia seguinte. Ss. mm. tinham de ir a Ribeirão Preto e, dali, ao fim dos trilhos da linha Mojiana, entre Batatais e Franca.
Está, ainda, gravada na mente de muitos a lembrança das vertiginosas viagens do bondoso monarca. Ele não conhecia fadiga nem desânimo, não obstante os seus sessenta e um anos de idade, tantos contava ele a esse tempo.
Por isso, na manhã de 24, conforme o programa que havia traçado, declarou que seguiria.
Chovia pesadamente.
Não havia ali um carro. Veio um trole, sem animais.
Afirma o provérbio que quem não tem cão caça com gato. E a parte do felino bichano, dessa vez, coube a seis robustos pretos, escravos, transformados na ocasião em animais de tiro, do veículo imperial.
O imperador e a imperatriz tomaram assentos no trole, agasalhados de capas de borracha e guarda-chuva. E, sob o aguaceiro inclemente, foram conduzidos até a estação por esse meio original de tração animada.
A comitiva imperial, os representantes da imprensa e todos os viajantes, não tiveram outro remédio senão palmilhar o extenso caminho, chapinando o pesado lamaçal.
Daí a pouco a máquina deu o sinal da partida e, após calorosos vivas saiu o comboio imperial, resfolegante.
E foi assim aberto solenemente o tráfego dessa via de comunicação para o privilegiado centro — fonte de saúde — oferecida pelas afamadas águas termais e por um clima delicioso.

Campinas — 1915".

A mesma crônica foi publicada no jornal O Estado de São Paulo, em 22 de outubro de 1915. Confira na imagem abaixo.

A seguir, o registro fotográfico citado na crônica e publicada no jornal.

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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

"OH, REVELAÇÃO INAUDITA!"

Relato curioso, extraído do jornal O Estado de São Paulo, então "A Província de São Paulo, do dia 5 de novembro de 1885, conta a triste história do poçoscaldense que casou com a cunhada, e após acusado de bigamia, revelou que a primeira mulher era, na verdade, homem. Confira.
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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

1913 - POÇOS DE CALDAS, CAPA DE JORNAL


"A vida em Poços é folgada e cheia de descanso e ha quem prefira passar nos Poços do que passar em Pariz, porque aqui o descanso é perfeito, a saude refaz-se com e volta-se mais sadio e com mais coragem para o trabalho" é apenas uma das referências à cidade, em reportagem publicada no dia 20 de agosto de 1913. A imagem é do acervo histórico do Jornal.

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terça-feira, 20 de agosto de 2013

EM ALGUM LUGAR DO PASSADO


Memória de Poços de Caldas recebeu belíssimo email do amigo Massaru Kohara, que conta:
  
"É com satisfação que envio estas fotos antigas e atuais de Poços de Caldas de janeiro de 1937 a 2013. Meus avôs maternos são os primeiros imigrantes e família japonesa a chegarem em São Caetano do Sul - SP (novembro de 1926) e a minha mãe é a primeira nissei Sulsancaetanense".

"Em janeiro de 1937, meu avô Senjiro, minha avó Shizue e a minha mãe Sumie Toyoda, fotografaram diante do marco Divisório SP - MG. Ao fundo Águas da Prata e diante, Poços de Caldas".

Sra. Sumie Toyoda Kohara atualmente, com 86 anos.

Massaru Kohara, no mesmo local.

Massaru continua explicando, sobre a foto acima: "ao fundo Palace Hotel, à direita Thermas Antonio Carlos e à esquerda havia um posto de gasolina, atualmente o Parque Infantil. O mais interessante é que não existia ainda o Cristo Redentor na Serra de São Domingos". Abaixo, o mesmo local, hoje.

"As fotos mais antigas são todas datadas de janeiro de 1937 e as demais são fotos de 2008, 2010 e 2013" segue Massaru. "Devido às Águas Medicinais, aprendemos a gostar e vamos de duas a três vezes por ano para Poços". 

"Agradeço pela oportunidade de poder compartilhar estes momentos importante da minha família. Um grande abraço de Massaru Kohara e Famïlia Toyoda".
  
Massaru-San, nosso mais sincero e comovido DOMO ARIGATO!
  
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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

CAPELA DE SANTA CRUZ

PATRIMÔNIO EM RISCO?

"Poços de Caldas, seguindo a tradição mineira, construiu sua primeira capela de Santa Cruz no morro do Itororó (porém não se tem a data da sua construção) conforme registro no Livro do Tombo da Paróquia de N. S. da Saúde (págs. 3-4), porém a capela foi demolida na década de 1920.
   
Em 1895, foi edificada uma nova Capela de Santa Cruz no alto do morro fronteiriço à Praça Senador Godoy (atual Pedro Sanches), morro este que recebeu o nome daquela evocação até ser construído sobre ele o Santuário de N. S. de Fátima.
   
Iniciou-se então com grande pompa a festa de Santa Cruz precedida de um tríduo, de 19 de abril a 3 de maio, quando era celebrada a missa seguida de solene procissão.
     
Após a construção da Igreja de São Benedito, a tradicional procissão de Santa Cruz descia pela Rua do Vai-e-Volta (atual Barão do Campo Místico) enfeitada com bandeirolas, parava defronte a residência do Dr. Mário Mourão, na Rua Junqueiras, onde a ela se incorporava a imagem de N. S. do Rosário, seguindo pela Praça Pedro Sanches, Av. Francisco Salles, Rua Santa Catarina, de onde subia pela Rua Rio de Janeiro para o Santuário do Santo Negro, dando início à Festa de São Benedito.
   
Em 1985, a Capela foi tombada pelo Serviço do Patrimônio Histórico, Turístico e Artístico Municipal. Em 7 de novembro de 1987, a Capela de Santa Cruz foi entregue à comunidade totalmente remodelada e restaurada, sendo uma das relíquias históricas da estância". Megale, Nilza Botelho, Memórias Históricas de Poços de Caldas.


Será votada hoje (15/082013) na reunião do Condephact - Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico, a aprovação ou não da construção de três prédios de apartamentos no morro atrás do Hotel Ibis, exatamente ao lado da Capela de Santa Cruz, patrimônio histórico tombado em 1985.
  
Com a construção do Edifício Bauxita, na década de 1940, a Capela teve a sua visibilidade bastante prejudicada. A Lei Complementar 70/2006 é bem clara nesse sentido:
  
"Art. 15. Para evitar prejuízo à visibilidade ou ao destaque de qualquer edificação ou sítio histórico tombado, nenhuma obra de construção ou demolição poderá ser executada no perímetro de tombamento definido para cada bem tombado, sem que o projeto seja previamente aprovado pelo CONDEPHACT".
  
Até o ano passado, o Conselho do Patrimônio Histórico reunia péssimos antecedentes na questão de aprovação de projetos que interferem na visibilidade de bens tombados. Espera-se que dessa vez prevaleça uma das lógicas que leva um bem a ser tombado, justamente a possibilidade de ser observado -e não apenas de um único ponto.
  
Confira nas imagens abaixo a localização da Capela.


Atualizando: o Condephact não apenas decidiu contra a liberação do projeto como já propôs a abertura do processo de tombamento do Morro, considerando a importância histórico-cultural do local.
  
Poços de Caldas ganha muito com essa atitude, e as futuras gerações certamente louvarão isso.
  
Parabéns, Condephact!
 
Atualizando: a EPTV veiculou reportagem sobre a questão, em 29 de agosto de 2013. Clique aqui para ver.

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sexta-feira, 24 de maio de 2013

AEROPORTO, NOS TEMPOS DE GETÚLIO

A imagem acima integra uma publicação do D.I.P. - Departamento de Imprensa e Propaganda, uma revista sobre Poços de Caldas impressa em espanhol, que pertence ao acervo do Memória de Poços de Caldas.
   
O D.I.P. foi criado em dezembro de 1939 e extinto em 1945, "de modo que a criação, o objetivo e a história desse departamento se confunde com a Era Vargas (saiba mais clicando aqui), o que permite definir, portanto, o período da imagem.
   
O avião da Panair, prefixo PP-PAX, tem uma longa história, e melhor: a aeronave sobrevive até hoje, conforme atesta o site deste link e a imagem abaixo.
   
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quinta-feira, 23 de maio de 2013

"A FAMOSA E LINDA CIDADE DAS ROSAS"

Dica do Roberto Tereziano.

Trecho de um documentário de Primo Carbonari sobre Poços de Caldas. Anos 1950. Clique aqui para ver.

RECLAMES, 1925 - 4

Reclame era a forma pela qual eram conhecidas as veiculações publicitárias, antigamente.
  
Memória de Poços de Caldas recebeu recentemente o raro livro "Uma Estação em Poços de Caldas", de Carlos da Maia, 1a. edição, de 1925, do qual destaca, ao longo dos próximos dias, as publicidades que foram ali veiculadas. São de formato simples, mas o conteúdo sempre é interessante. Acompanhe.
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"Povo que não conhece sua história está condenado a repeti-la".

quarta-feira, 22 de maio de 2013

RECLAMES, 1925 - 3

Reclame era a forma pela qual eram conhecidas as veiculações publicitárias, antigamente.
  
Memória de Poços de Caldas recebeu recentemente o raro livro "Uma Estação em Poços de Caldas", de Carlos da Maia, 1a. edição, de 1925, do qual destaca, ao longo dos próximos dias, as publicidades que foram ali veiculadas. São de formato simples, mas o conteúdo sempre é interessante. Acompanhe.
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terça-feira, 21 de maio de 2013

RECLAMES, 1925 - 2

Reclame era a forma pela qual eram conhecidas as veiculações publicitárias, antigamente.
   
Memória de Poços de Caldas recebeu recentemente o raro livro "Uma Estação em Poços de Caldas", de Carlos da Maia, 1a. edição, de 1925, do qual destaca, ao longo dos próximos dias, as publicidades que foram ali veiculadas. São de formato simples, mas o conteúdo sempre é interessante. Acompanhe.
  
 
O "importante prédio" foi demolido, e hoje abriga a agência do Itaú na esquina das Ruas Assis Figueiredo e Prefeito Chagas. A empresa funcionava não apenas como casa bancária, atuando também no comércio de "seccos e molhados", alfaitaria, lâmpadas Edison, comissaria de café, além de representar as marcas de automóveis Cadillac e Oldsmobile.
 
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RECLAMES, 1925


Reclame era a forma pela qual eram conhecidas as veiculações publicitárias, antigamente.
   
Memória de Poços de Caldas recebeu recentemente o raro livro "Uma Estação em Poços de Caldas", de Carlos da Maia, 1a. edição, de 1925, do qual destaca, ao longo dos próximos dias, as publicidades que foram ali veiculadas. São de formato simples, mas o conteúdo sempre é interessante. Acompanhe.
 
Interessante notar a expressão "A Suissa Brasileira" e "Poços está ligado a São Paulo e Rio pelo telephone".
   
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segunda-feira, 29 de abril de 2013

CENTRO, 1905

Bilhete Postal circulado em 1905, do acervo do Memória de Poços de Caldas, mostra como era o Largo Senador Godoy, atual Praça Pedro Sanches, a partir da Rua Junqueiras. Os muros vistos ao centro da imagem indicam a atual Avenida Francisco Salles; à direita, Rua Minas Gerais.
  
E você, consegue identificar mais algum detalhe importante nessa imagem?

Conta nosso amigo Roberto Tereziano:

"O chalé do barão de Itacuruçá ainda existe na Rua Pernambuco. As casas pequenas, à frente do chalé, foram demolidas recentemente dando lugar ao prédio que está sendo construído pelo DME-E. A parede com várias janelas em arcos foi o primeiro teatro de Poços de Caldas, hoje Hotel Continental. Ao lado e ao fundo a primeira cadeia. O terreno vazio ao lado do teatro é hoje o Hotel Imperador, construído pelo histórico barbeiro Salvador Blasi. A casinha ao centro com aspecto de uma igreja era o consultório do Dr. David Otoni, hoje prédio da OI. Ao fund,o com várias janelas, é hoje o hotel Minas Gerais. O prédio da prefeitura ainda não existia. Depois há um pequeno trecho da rua Minas Gerais onde hoje é o Hotel Rex e um pedaço do chalé Cristiano Osório. O terreno de onde foi feita a foto é hoje a Praça Pedro Sanches e Palace Hotel. Importante: observem que não existe, praticamente, mata. A serra era uma roça de milho, por tal motivo o primeiro prefeito desapropriou a area da família Junqueira e pediu o tombamento. É possível que a foto seja de data anterior a 1905".
  
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segunda-feira, 1 de abril de 2013

TERRA DA SAÚDE E DA BELLEZA


Chegou hoje, de Cleveland, OH, este cartão-postal não circulado, da segunda metade da década de 1920, destacando o "Hotel Empreza". Em primeiro plano, à esquerda, está a belíssima construção que um dia foi o consultório do Dr. Pedro Sanches. Observe, à direita, o Palace Hotel em obras, bem como a riqueza do poste de iluminação.
  
Saiba mais digitando EMPREZA no campo de pesquisas deste site.
  
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quarta-feira, 27 de março de 2013

PALACE HOTEL, 1925

Acabou de chegar à "prateleira" do Memória de Poços de Caldas o raro livro "Uma Estação em Poços de Caldas", de Carlos da Maia, 1a. edição, de 1925.
O conteúdo riquíssimo do livro será trazido para este site, mas enquanto isso observe esta imagem, nele publicada, do Palace Hotel ainda em obras.
A foto foi objeto de debate com nosso amigo Roberto Tereziano, e vieram à tona os seguintes detalhes:

- o Palace Hotel foi redesenhado, e a estrutura atual tem janelas "arqueadas" e surgiram as sacadas;
- é possível notar um espelho d'água. De acordo com Tereziano, "o local do parque é um aterro com terra ruim que veio do morro do Itororó e da serra do Selado, quase não dava vegetação. O prefeito João Benedito mandou colocar uma camada de terra mais fértil e bombeava água do Rio da Cascatinha, para o alto do morro de Santa Cruz (N.S.Fátima) e de lá regava por gravidade todo o parque, até que o solo se recuperou e permitiu vegetação. Durante tal tempo, tínhamos apenas o grande espelho e uma pouca vegetação";
- as obras do Palace Casino e da Thermas Antonio Carlos sequer haviam sido iniciadas.
     
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segunda-feira, 4 de março de 2013

MOGYANA: A VELHA SENHORA DE VOLTA À GLÓRIA

 
Parecia um sonho, mas finalmente começa a acontecer: em dois meses a nova Prefeitura de Poços de Caldas vem fazendo pela Estação Mogyana o que não foi levado a sério nos últimos anos.
 
A surpresa agradável de hoje foi deparar com a área de embarque da Estação totalmente livre do que me habituei a chamar de "porca cobertura", uma intervenção descabida e à revelia da legislação de preservação do patrimônio histórico, sob as bençãos inconcebíveis do Condephact local.
 
Observe nas fotos que a Plataforma parece renascer, ainda que o prédio o o leito estejam precisando de muito mais cuidados, mas faço questão de elogiar aqui, nominalmente, o secretário de turismo Rômulo Vilela, bem como toda sua equipe, que entenderam precisamente a judicialização do tema por parte do Ministério Público Federal com seu incansável Procurador da República Dr. José Lucas Perroni Kalil,  e em vez de criticar meu esforço como fez um inepto ex-secretário, arregaçou as mangas e está lutando para que esse pedaço precioso da história da cidade receba o respeito devido. Compare com a situação do local há pouco mais de um ano clicando aqui.
 
Parabéns, Poços de Caldas! A Mogyana é nossa!

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sábado, 16 de fevereiro de 2013

TREM TURÍSTICO DE POÇOS DE CALDAS


Prefeito se reúne com Movimento Poços na Linha
O prefeito Eloísio do Carmo Lourenço recebeu, na tarde desta quinta-feira (14), no gabinete, os integrantes do Movimento Poços na Linha, acompanhados do assessor de relações públicas da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), Geraldo Godoy, e do representante do Instituto História do Trem, Denis Esteves.

A Prefeitura contratará, ao custo de R$ 30 mil, o estudo de viabilidade técnica para a implantação do trem turístico em Poços de Caldas, junto à ABPF. De acordo com o jornalista Rubens Caruso, entusiasta do projeto, o estudo é fundamental para a conclusão dos trabalhos e subsidiará o cadastramento do município junto ao Ministério do Turismo. A expectativa é que a cidade receba de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões para a implantação da linha férrea.

O prefeito Eloísio do Carmo Lourenço informou que a contratação está em tramitação na Prefeitura. “A volta do trem turístico foi uma das nossas propostas de campanha e estamos dando sequência ao projeto. Sempre nos manifestamos a favor da volta do trem porque entendemos que será muito importante para o município, já que este atrativo turístico tem tido sucesso em todos os lugares onde foi implantado”, destacou o prefeito. Ele afirmou que, após a conclusão do estudo, o município fará os procedimentos necessários para a viabilização de recursos.

Já o representante da ABPF explicou que, pela parceria proposta, a aquisição das locomotivas e carros, manutenção e operacionalização do sistema devem ficar sob a responsabilidade da associação, que tem 35 anos de experiência e mantém oito trens turísticos em funcionamento, em diversas localidades do país, como as linhas Campinas/Jaquariúna e São Lourenço/Soledade de Minas.
 
Após a conclusão do processo de contratação, o estudo de viabilidade técnica deve ser finalizado em um prazo de 30 dias. O projeto, de caráter turístico e cultural, prevê a reconstrução do ramal ferroviário entre a estação Poços de Caldas (Fepasa) e a estação Bauxita, trecho de aproximadamente 10 km, de grande importância histórica.
 
Fonte: Prefeitura de Poços de Caldas (em http://www.pocosdecaldas.mg.gov.br/site/?p=7092).
 
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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

COMENTÁRIOS

Memória de Poços de Caldas é um trabalho cultural, sem fins lucrativos, e democrático. Todavia, por conta de leitores incapazes de lidar com a liberdade, não publica mais comentários anônimos.
Aqueles que quiserem se comunicar diretamente com o autor podem fazê-lo pelo email rcaruso@pocos-net.com.br .

Estou à disposição, como sempre.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

MEMÓRIA

"A memória pode ser compreendida como uma evocação do passado que é sempre realizada do presente e é, a partir daí, que articula passado, presente e futuro. A memória reúne fragmentos selecionados, lembranças de acontecimentos, palavras, coisas, sentimentos, pensamentos, pessoas, lugares que vivenciamos e conhecemos pessoalmente, ou que nos foram legados por outros e se tornaram parte da nossa realidade.
   
Lembranças podem ser transmitidas por séculos, mas o desenho que formam, como num caleidoscópio, se modifica na medida em que novos fragmentos são acrescentados, seja porque fatos esquecidos foram lembrados, seja porque mudou o ponto a partir do qual o passado está sendo observado.
A memória é uma composição cuja autoria nunca é solitária.
   
Os fragmentos expostos neste site são suportes da memória; sua existência nos remete a diferentes episódios da trajetória de Poços de Caldas. Quais sentimentos, pensamentos, intuições e sensações elas provocam em você"?
   
Adaptação livre de um texto cuja autoria desconheço, vista no Museu de São Miguel das Missões, RS. Explica bem a razão desse trabalho, o Memória de Poços de Caldas, feito por um não "nascido e criado em Poços de Caldas".
    
A você que acompanha, e gosta, muito obrigado!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

1906

"Bilhete Postal" do acervo do Memória de Poços, datado de 4 de outubro de 1906. Observe, em primeiro plano, o homem sentado.

O destinatário, conforme consta no verso, foi o "Ilmo. Snr. Dr. Deoclécio de Campos" que, de acordo com pesquisas, foi "Adido Comercial em Roma, antigo Professor na faculdade de Direito do Pará".

Mais de um século depois, o postal volta a Poços de Caldas. Esses resgates são fantásticos.

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sábado, 5 de janeiro de 2013

PRAÇA PEDRO SANCHES

Cartão-postal da década de 1930 mostra a Praça Pedro Sanches com o magnífico Coreto original, bastante diferente do atual. Ao fundo, o Palacete da Prefeitura.
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